sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Cacau e pá de cal, a rima que não é uma solução



Ele pode voltar a brilhar

O Governo Federal e o Governo da Bahia tem realizado grandes investimentos e empreendendo ações no Sul da Bahia que, consolidadas nos próximos anos, darão um grande impulso à economia regional.

O Porto Sul, a Ferrovia Oeste Leste, a distribuição de gás natural do Gasoduto da Petrobrás através da Bahiagás, o novo aeroporto regional, a construção da Barragem do Rio Colônia e a implantação da Universidade Federal do Sul da Bahia demonstram claramente o compromisso da presidenta Dilma Rousseff e do governador Jaques Wagner em promover o resgate de uma região que deu imensa contribuição à Bahia e ao Brasil e que, há duas décadas, mergulhou numa grave crise, provocada pela decadência de um produto que por quase um século foi a base de sua economia, o cacau.

É inegável que estão criadas as bases para que o Sul da Bahia possa se reerguer, gerando empregos e qualidade de vida para a população.

Mas, é inegável também que o cacau pode e deve dar sua contribuição nesse processo de desenvolvimento. Trata-se de uma cultura que, pelos recursos que tem potencial para voltar a movimentar e pelos empregos que gera em sua plenitude produtiva, não pode ser deixado de lado.

É nesse contexto que se faz necessária uma urgente tomada de posição dos órgãos governamentais, para que não sejam ainda mais penalizados os produtores endividados e sem condições de investir na retomada da produção. É preciso agilizar o andamento do PAC do Cacau, que passa pela renegociação das dívidas e a liberação de novos créditos.

O PAC trouxe avanços, mas é preciso desatar o nó que o tire do papel e torna realidade as propostas nele embutidas.

Além da falta de crédito, das questões climáticas e da difícil convivência com a vassoura-de-bruxa, o produtor ainda sobre com preços perversos, impostos pela indústria chocolateira, que força o preço da tonelada de amêndoas de cacau em inviáveis 800 dólares por tonelada, algo em torno de 65 reais a arroba.

As mesmas empresas que se recusam a adquirir o cacau produzido no Sul da Bahia, alegando falta de espaço para estocagem, mantém a importação de cacau da África e Ásia, afetando de forma danosa o produtor nacional, sem contar o risco de inserção de pragas desconhecidas, como se já não bastasse a vassoura-de-bruxa, a podridão parda e a ameaça assustadora da monilíase.

A retomada da produção de cacau no Brasil, a despeito de tantas dificuldades, está a exigir do Governo Federal uma ação no sentido de conter a importação desenfreada de cacau, fazendo com que as empresas moageiras priorizem a produção nacional e elevando os preços a patamares que sejam um incentivo ao produtor, o que não ocorre atualmente.

O cacau não apenas faz parte da história do Sul da Bahia, como continuará sendo um fruto capaz de gerar riquezas, desde que não seja jogada a pá de cal em milhares de produtores, levando junto uma legião de trabalhadores rurais.
Por Daniel Thame

sábado, 19 de janeiro de 2013

Ceplac lança cartilhas técnicas para a agricultura familiar



A superintendência regional da Bahia da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) lança, no próximo dia 24 (quinta-feira), sete cartilhas técnicas voltadas para a agricultura familiar. O evento ocorrerá no auditório da Ceplac, no Centro de Pesquisas do Cacau, a partir das 8 horas, e deverá contar com a participação do diretor-geral do órgão, Hélinton Rocha e de outras autoridades ligadas à agricultura.

As cartilhas têm como objetivo dar suporte técnico para agricultores familiares em diversas áreas. Os títulos a serem lançados são Agroecologia; Criação de aves semiconfinadas; Utilização de composto orgânico na adubação de plantas; Criação de peixe; Sistema agroflorestal (SAF) com seringueira, cacaueiro e cultivos alimentares; Apicultura básica; e Produção de alimentos orgânicos em garrafas PET.

De acordo com o chefe do Centro de Extensão Rural da Ceplac, Sérgio Murilo, as cartilhas visam instrumentalizar os técnicos e capacitar produtores na prestação dos serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural. "Isso dentro da política de atendimento aos agricultores familiares e aos jovens rurais, que são o público-alvo desse projeto".

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013



O Diário Oficial da União desta terça-feira, dia 15, trouxe publicada a lei 12.788/13 que, entre outras normas, reabre o prazo para adesão ao refinanciamento das operações de crédito rural inscritas em Dívida Ativa da União – DAU. De acordo com nova regra, que era negociada pelo deputado federal Luis Carlos Heinze (PP/RS) desde julho de 2011, os produtores terão até o dia 31 de agosto de 2013 para aderirem ao benefício que prevê bônus que vão de 33% a 70%, de acordo com o tamanho da dívida. A norma só vale para as operações inscritas até outubro de 2010.
 
O advogado e especialista em dívida rural, Rogério Brandão, explicou de que forma esta nova lei pode beneficiar o produtor. De acordo com o magistrado: “É importante que o cacauicultor se informe quanto a extensão do débito transferido à União e inscrito em sua Dívida Ativa, para o qual ele poderá buscar o benefício do desconto.  Deve observar se corresponde a tudo quanto originariamente contratado junto  às instituições financeiras  oficiais, evitando, diante da  oferta  imediata  de abatimento, que o mesmo realize um negócio  danoso, em que estaria parcelando ou liquidando débitos parciais  junto a União  ou mesmo em que continuaria  a dever  contratos ou  parcelas  aos Bancos, mantendo-se obrigações que eventualmente podem  se acumular ou  lhe causar prejuízos decorrentes da inscrição de seus dados em cadastros de inadimplentes, protestos e cobranças.” 
 

Investimento em reforma agrária foi de R$ 2,1 bi em 2012 e beneficia 23 mil famílias em 117 assentamentos






Assentados em Ibirapitanga (BA) se reúnem para decidir como deve ser a produção / Crédito: Marcelo Curia/MDA

No ano, 322,3 mil hectares foram incorporados ao programa

Para atender a mais de 23 mil famílias foram investidos R$ 2,1 bilhões no Programa Nacional de Reforma Agrária, em 2012, com a incorporação de 322,3 mil hectares em 117 novos assentamentos, segundo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), empenhou R$ 639 milhões para a obtenção de terras, execução de 90,8% do total disponibilizado no orçamento de 2012.

No ano passado, houve uma mudança no rito da desapropriação. Com a avaliação do cumprimento da função social da propriedade, os processos de desapropriação informaram o valor avaliado de cada imóvel e os elementos de viabilidade para a criação e o desenvolvimento do futuro assentamento.

O Incra tem integrado políticas públicas federais para acelerar a implantação e a qualificação dos assentamentos, somando-se aos R$ 200 milhões investidos diretamente pela autarquia em infraestrutura ao longo do ano. Um convênio firmado com o Ministério da Integração Nacional, por exemplo, destinou R$ 84 milhões para levar sistemas de abastecimento de água aos assentamentos do Semiárido nordestino e do norte de Minas Gerais, por meio do Programa Água para Todos. Serão beneficiadas 31.696 famílias, em 575 áreas de reforma agrária. As ações integraram também iniciativas do Minha Casa, Minha Vida, Pronatec-Campo e PAC Equipamentos.

2013 - As ações de obtenção de terras para trabalhadores rurais resultaram na decretação de 31 imóveis como de interesse social para fins de reforma agrária no ano passado. O Incra foi autorizado, ainda, a pagar R$ 135 milhões para desapropriações ajuizadas de 15 áreas, destravando impedimentos judiciais de 15 anos em muitas delas. Isso permitirá que imóveis emblemáticos sejam destinados ainda em 2013 à reforma agrária, como a Usina Cambayba, em Campos dos Goytacazes (RJ).

O Incra prevê a criação de 336 áreas para assentamentos neste ano, em benefício de cerca de 16 mil famílias. Os procedimentos para a seleção de beneficiários serão atualizados, tendo como principal diretriz a integração do cadastro do Incra com o Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), além da diversificação do público atendido. Haverá critérios especiais para a terceira idade, a juventude e profissionais de saúde, educação, entre outros que trabalham no território rural.

Ações se integram ao Brasil Sem Miséria no Nordeste

Nas regiões Norte e Nordeste, onde estão mais de 80% das cerca de 1 milhão de famílias assentadas no país, o programa de reforma agrária está associado às estratégias de superação da pobreza extrema no meio rural e a preservação ambiental. As 50,6 mil famílias que vivem em 770 assentamentos nessas regiões passarão a ter acompanhamento do Plano Brasil Sem Miséria (PBSM). Delas, 31,4 mil estão no CadÚnico, e 25 mil recebem o Bolsa Família. E 18,1 mil famílias já contam com assistência técnica contratada pelo Incra.

Recebimentos de cacau aumentam na Bahia, diz consultoria


SÃO PAULO - Os recebimentos de cacau pelos comerciantes na Bahia, maior produtor nacional da amêndoa, voltaram a aumentar na semana passada, depois dos feriados de fim de ano, com o reinício do escoamento dos estoques retidos nos armazéns da região produtora, segundo boletim semanal divulgado pela TH Consultoria e Estudos de Mercado. O fluxo de cacau dos outros estados produtores retomou sua sazonalidade. No período, não foram registradas importações do produto.

De acordo com a consultoria, na semana encerrada no dia 13 de janeiro, as entradas de cacau somaram 71,081 mil sacas de 60 quilos nesta safra 2012/13 ante 24,478 mil sacas no mesmo período da temporada anterior (2011/12). Os recebimentos de outros Estados totalizaram 10,823 mil sacas ante 13,446 mil sacas em igual intervalo. O processo de retomada dos recebimentos prosseguirá nas próximas semanas até que todas as quantidades retidas tiverem encontrado seu caminho até os armazéns das indústrias processadoras, a partir de quando os números sofrerão uma queda acentuada, segundo a TH.

As esperadas primeiras previsões para a safra intermediária, que começa oficialmente em maio, não foram divulgadas e provavelmente só serão feitas depois do término da atual situação de estiagem. A falta de chuvas está causando a perda progressiva de floração, o que torna impossível fazer qualquer avaliação de resultado. Plantas de cacau já começaram a secar em algumas áreas de transição mais afastadas do litoral devido à falta de umidade no solo.

As moagens brasileiras aumentaram em dezembro e no quarto trimestre de 2012, marcando novos recordes históricos. No mês passado, o processamento de cacau no país subiu 7,45%, para 367,279 mil sacas. No quarto trimestre do ano passado, as moagens somaram 1,064 milhão de sacas, alta de 1,45% sobre o terceiro trimestre de 2012.

Por Carine Ferreira | Valor



sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Produção de mudas de cacau na Bahia será intensificada




Potencializar a capacidade de produção de mudas e fortalecer a assistência técnica aos produtores foram alguns dos pontos discutidos durante a reunião do Conselho do Instituto Biofábrica de Cacau (IBC), que contou com a participação do diretor geral da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), Helinton Rocha. O encontro foi realizado no auditório da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Reforma Agrária, Pesca e Aquicultura (Seagri), na manhã da última quarta-feira (9).
O secretário da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, que participou da reunião, explicou que o evento teve o objetivo de organizar as ações para intensificar a atuação do IBC. “Pontuamos as atividades que deram certo até agora, aquelas que não foram bem sucedidas e o que precisamos melhorar”, disse.
O presidente do IBC, Henrique Almeida, destacou que na produção de mudas “Avançamos bastante no último ano, mas ainda precisamos produzir mais, pois temos uma demanda de 15 milhões de mudas, somente por parte da agricultura familiar, sendo que a previsão anual de produção é de 1 milhão e 100 mudas”.
Além de destacar que a Ceplac tem papel importante no desenvolvimento de mudas sadias, resistentes e com boa produtividade, o diretor geral do órgão, Helinton Rocha, disse que os encontros também impulsionam a busca pela melhoria na produção. “O diálogo é importante para que o resultado apareça de forma que o produtor que vai receber as mudas consiga também melhorar a economia local, gerando emprego e renda e abastecendo o mercado brasileiro”, disse.
Também estavam presentes na reunião, o diretor de pesquisas da Ceplac, Adonias Filho; o presidente da APC, Guilherme Galvão, a diretora geral da Seagri, Jucimara Rodrigues; os conselheiros administrativos da Biofábrica, Edimar Sodré, Luiz Henrique Dias, Jorge Ribeiro Carrilho e Robson Vasconcelos, o conselheiro fiscal José Maltez, o superintendente da Agricultura Familiar da Seagri, Wilson Dias, além de representantes da Adab e da Ebda.
O Instituto Biofábrica de Cacau é uma organização Social vinculada ao governo do Estado. Tem como um de seus objetivos a produção de mudas clonais. Localizado no povoado de Banco do Pedro, o mais populoso do município de Ilhéus, é responsável pela multiplicação de clones resistentes a doença conhecida como vassoura-de-bruxa. Possui a maior área de viveiro em campo aberto do mundo. São 40 mil metros com capacidade de armazenar 4.8 milhões de plantas. No local está instalado um dos mais modernos laboratórios de micropropagação do Brasil. O órgão possui 210 colaboradores em seu quadro, é o maior empregador da zona rural ilheense.
A Seagri, através da Superintendência da Agricultura Familiar, disponibiliza anualmente aproximadamente R$ 3 milhões para a produção e doação, de mudas de cacau, frutíferas e essências florestais, visando o incremento da produção de cacau e a diversificação da produção na região sul do estado.

Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri)

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

A criação de periquitos australianos está em franca expansão como hobby e como atividade comercial




periquitos australianos portal agropecuario 166x250 Maneira adequada de fazer a nutrição dos periquitos australianos
Dos nutrientes essenciais aos periquitos australianos, a água é a única que deve ser ministrada separadamente e de forma contínua
Os nutrientes básicos de uma alimentação completa e balanceada dos periquitos australianos são: água, carboidratos (glicídios), minerais, proteínas, gorduras (lipídios) e vitaminas. Os componentes de uma ração podem ser ou não essenciais. Dos nutrientes essenciais, a água é a única que deve ser ministrada separadamente e de forma contínua. Passemos a uma análise mais detalhada de tais nutrientes.
Proteínas
Têm um importante papel na dieta, têm função estrutural e de manutenção, além de serem fonte de energia. Sua importância é na produção de ovos, penas, bicos e unhas.
Lipídeos
Têm importância biológica das gorduras, que é de proporcionar fonte de energia aos pássaros.
Carboidratos
Servem de reservas energéticas.
Vitaminas
Tratam-se de componentes essenciais, que devem ser introduzidos na dieta alimentar, visto que as sementes são pobres em vitamina A, E e D.
Mineral
É outro grupo essencial por apresentar várias funções, como por exemplo, a formação do esqueleto e da casca do ovo, manutenção normal do sangue, transporte de oxigênio, fazendo parte ainda da composição de centenas de enzimas.
Água
Deve ser trocada, diariamente, e estar sempre disponível. Nos meses mais quentes do ano, recomenda-se que ela seja trocada, se possível, duas vezes ao dia para evitar que os periquitos bebam água morna. Uma necessidade maior ocorre quando estes meses coincidirem com o período reprodutivo, quando sempre deve estar disponível água fresca.
Sementes
A qualidade das sementes produzidas no Brasil é bastante inferior à produzida e comercializada na Europa. No mercado, existe uma gama de variedades, o criador deve refletir ao optar por uma determinada semente, pois existem aquelas que são muito caras e outras mais razoáveis.
Verduras
São uma grande fonte de vitaminas e minerais. As folhas escuras são as mais recomendadas. Exemplos de algumas verduras são a couve, repolho, almeirão, chicória ou escarola. A alface não é recomendada.
Frutas
As frutas fornecem muitos nutrientes, que são deficientes em sementes. Assim, o seu fornecimento às aves equilibram a dieta. As mais apreciadas são a maçã, banana, mamão com semente, uva, melancia, pera, goiaba, laranja, entre outras. O abacate deve ser evitado, pois apresenta grande quantidade de selênio.
Farinhadas
As farinhadas são misturas de produtos farináceos, sementes e ovos. Já vêm prontas, evitando assim o trabalho de cozinhar e amassar os ovos, descascar, picar ou ralar frutas e verduras. Elas têm o intuito de suprir as necessidades dos pássaros, no entanto, precisam ser balanceadas, pois o excesso ou carência pode causar a morte dos filhotes por desnutrição ou obesidade.
Para maiores informações, consulte o curso Criação de Periquitos Australianos, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas. Leia também nosso outro artigo Criação de periquitos australianos.