quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Pesquisadores da Ceplac visitam a Colômbia para realizar estudos sobre fungos que afetam a lavoura do cacau

Para aprofundar a capacitação técnica em epidemiologia e biologia para o controle de monília e da vassoura-de-bruxa em sistemas agroflorestais com cacau, pesquisadores da Ceplac seguiram esta semana para Bogotá e Bucaramanga, na Colômbia.

A missão técnica vai realizar estudos, até o próximo dia 25, sobre fungos que afetam as lavouras de cacau de ambos os países, viabilizado pelo projeto de cooperação entre a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores, e a Corporacion Colombiana de Pesquisas Agropecuária (Corpoica).

O cacau é um plantio de grande relevância econômica, social e ambiental na Colômbia e no Brasil, países que tiveram quedas vertiginosas de produção devido ao ataques de dois fungos de uma mesma família. No caso brasileiro, o ataque do Moniliophthora perniciosa, ao final da década de 80, reduziu a safra anual de amêndoas de 400 mil toneladas para menos de 100 mil toneladas de grãos secos e não há registros do fungo que ataca as lavouras colombianas e ainda do Peru, Venezuela e Equador e de países da América Central.

Já o Moniliophthora roreri, há cerca de 200 anos, causa severos danos às plantações de cacau do país andino, com efeito devastador sobre a economia do cacauicultor. O fungo ataca, principalmente, os frutos da planta, com a produção de grande quantidade de esporos, na forma de pó cinzento ou creme, podendo causar perdas entre 40% e 100% na produção dependendo da gravidade do patógeno e das condições ambientais.

Os fiscais federais agropecuários João Bonfim Costa, do Centro de Pesquisas do Cacau (Cepec), Walter Paschoal dos Santos, do Centro de Extensão da Ceplac (Cenex), e Paulo Sérgio Beviláqua de Albuquerque, da Superintendência de Desenvolvimento da Região Cacaueira da Ceplac no Pará participarão de treinamentos com pesquisadores e técnicos colombianos, além de promover o intercâmbio de informações. O projeto prevê pesquisas de campo para conhecimento da biologia do Moniliophthora roreri e dos organismos de controle biológico, especialmente uso de técnicas de marcadores moleculares.

Há um ano, a Ceplac recebeu missão dos técnicos colombianos Jaimes Suárez, Yeirme Yaneth, e Jairo Rojas, da Corporacion Colombiana de Pesquisas Agropecuária (Corpoica), que foram treinados e capacitados pelos pesquisadores do Centro de Pesquisas do Cacau (Cepec) sobre o manejo e controle biológico do fungo da vassoura-de-bruxa. O projeto da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), através da Ceplac, e Corpoica, compreende ainda situações epidêmicas da doença e treinamento de técnicos sobre planejamento e criação de sistemas agroflorestais para o desenvolvimento de programas de gestão de doenças.

Por Luiz Conceição





sábado, 10 de setembro de 2011

Políticas para o cacau em debate



As políticas para o setor cacaueiro serão debatidas de 12 a 16 de setembro, em Brasília, durante a 74ª Assembleia Geral e reunião do Conselho de Ministros da Aliança dos Países Produtores de Cacau (Copal, sigla em inglês). Os participantes do encontro também vão avaliar a atuação da entidade no ano agrícola 2010/2011. No evento, que será realizado no hotel Royal Tulip Brasília Alvorada, haverá ainda a eleição do secretário-geral da Copal para os próximos cinco anos.

A necessidade de padronização da qualidade do cacau dos países membros da Aliança será discutida no “Workshop sobre Certificação”. Após o Workshop, deverão ser definidas, em reunião da Copal, as regras de padronização para a exportação e produção de cacau. A medida tornou-se necessária devido às crescentes exigências do mercado importador mundial.

A proposta sobre a padronização da exportação de produtos derivados do cacau foi apresentada pela Malásia e deverá ser avaliada considerando algumas condições. Entre elas, a viabilidade de implantação em países que não possuem capacidade de processamento e de transformação da produção em derivados, como manteiga, torta e pó de cacau.

Segundo Jay Wallace, diretor da Comissão Executiva da Lavoura Cacaueira (Ceplac), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, os candidatos ao cargo de secretario- geral da Copal estão representados pela Costa do Marfim, Gana e Malásia. O cargo ficou vago em 2010, com a saída de Hope Sona Ebai, da República dos Camarões, que completou seu mandato. Em substituição assumiu o secretário-geral adjunto Anuar Khabar, da Malásia, que acumulou as duas funções.

Evento internacional discute cadeia de cacau



Proposta sobre a padronização da exportação de produtos derivados do cacau foi apresentada pela Malásia e deverá ser avaliada considerando algumas condições

As políticas para o setor cacaueiro serão debatidas de 12 a 16 de setembro, em Brasília, durante a 74ª Assembléia Geral e reunião do Conselho de Ministros da Aliança dos Países Produtores de Cacau (Copal, sigla em inglês). Os participantes do encontro também vão avaliar a atuação da entidade no ano agrícola 2010/2011. No evento, que será realizado no hotel Royal Tulip Brasília Alvorada, haverá ainda a eleição do secretário-geral da Copal para os próximos cinco anos.

A necessidade de padronização da qualidade do cacau dos países membros da Aliança será discutida no “Workshop sobre Certificação”. Após o Workshop, deverão ser definidas, em reunião da Copal, as regras de padronização para a exportação e produção de cacau. A medida tornou-se necessária devido às crescentes exigências do mercado importador mundial.

A proposta sobre a padronização da exportação de produtos derivados do cacau foi apresentada pela Malásia e deverá ser avaliada considerando algumas condições. Entre elas, a viabilidade de implantação em países que não possuem capacidade de processamento e de transformação da produção em derivados, como manteiga, torta e pó de cacau.

Segundo Jay Wallace, diretor da Comissão Executiva da Lavoura Cacaueira (Ceplac), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, os candidatos ao cargo de secretario-geral da Copal estão representados pela Costa do Marfim, Gana e Malásia. O cargo ficou vago em 2010, com a saída de Hope Sona Ebai, da República dos Camarões, que completou seu mandato. Em substituição assumiu o secretário-geral adjunto Anuar Khabar, da Malásia, que acumulou as duas funções.

A Aliança dos Países Produtores de Cacau (Copal) é uma organização intergovernamental, instituída em janeiro de 1962, por representantes dos governos de cinco países produtores. Eram eles: Brasil, Camarões, Costa do Marfim, Gana e Nigéria.

Atualmente, Gabão, Malásia, República Dominicana, São Tomé e Príncipe, e Togo também fazem parte da aliança. Os países membros representam aproximadamente 75% da produção mundial de cacau.

Qualquer país produtor de cacau poderá ser considerado membro da Aliança, desde que aceite o estatuto fundamental da Copal - a Carta de Abidjan.

São objetivos principais da instituição: o intercâmbio de informação técnica e científica, a discussão de problemas de interesse mútuo em busca do avanço das relações sociais e econômicas entre os produtores. A aliança também busca assegurar a oferta adequada de cacau para o mercado a preços remuneradores e promover a expansão do consumo de cacau. ro.

No ano agrícola 2009/2010, a Malásia ocupou a Presidência da Copal e a última reunião da Assembleia Geral e do Conselho de Ministros, se realizou em Kuala Lumpur, Malásia, em setembro de 2010. No ano agrícola 2010/2011, que se encerra em 30 de setembro, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento esteve à frente da Presidência da Copal, contando com a contribuição do diretor da Ceplac, Jay Wallace, da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura e com a Divisão de Agricultura e Produtos de Base do Ministério das Relações Exteriores.

Cacau e Mata Atlântica

PROJETO RENORBIO PESQUISA SOLUÇÕES PARA O CACAU



Secretário sugere que cacauicultores usem a união dos pesquisadores como exemplo para defender os interesses do cacau. "RECADO AO GRUPO DOS DESESPERADOS".




Reunindo pesquisadores da Ceplac, Embrapa, Uesc, Unicamp, USP, e secretaria estadual da Agricultura através da EBDA e Adab, o Projeto Renorbio, que incorporou o Renorbio-Vassoura de Bruxa do Cacaueiro, (Renobruxa), foi lançado oficialmente na manhã desta sexta-feira, (9), na superintendência da Ceplac, na rodovia Ilhéus/Itabuna, marcando um novo tempo na pesquisa do cacau. A somatória de esforços de instituições de pesquisas, desenvolvimento e Inovação com o objetivo de encontrar as alternativas para o controle da vassoura de bruxa foi destacada pelo secretário da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, como um exemplo a ser seguido por todos os elos da cacauicultura.




“Os produtores de cacau precisam abandonar as vaidades e diferenças e se unir por uma região melhor. É preciso quebrar o paradigma de que nessa região nunca haverá entendimento entre as várias correntes do cacau. A união dos pesquisadores, que estamos vendo aqui hoje no lançamento desse importante projeto, deve ser um exemplo para todos. Só assim superaremos a crise que já dura duas décadas, para entrar num ciclo de desenvolvimento sustentável”, ressaltou, destacando que o governo da Bahia não tem medido esforços para que o cacau e o Sul do Estado vivam um novo momento.



O projeto Renorbio-Vassoura de Bruxa tem (Renobruxa), visa a revitalização da cacauicultura baiana e dinamização da cacauicultura nacional, através do controle da doença, por meio do desenvolvimento de novas variedades para plantio, com adequada qualidade de produto, boas características gerais e maior durabilidade de resistência, a partir da acumulação de genes e utilização de variedades com diferentes conjuntos de genes associados a este caráter, conforme destacou Luis Antonio Barreto de Castro, ex-presidente do Fundo Setorial do Agronegócio do Ministério da Ciência e Tecnologia, um dos articuladores da Rede Renorbio.



Além disso, a identificação de novos genes de resistência à vassoura-de-bruxa e marcadores ligados a estes, visa dar suporte à obtenção de variedades do cacaueiro com resistência durável. Luis Antonio destacou ainda a produção de fungicida à base de moléculas de RNAs homólogas a genes essenciais aos processos de infecção, crescimento, obtenção de nutrientes, reprodução ou outros aspectos da patogenicidade do agente causal da vassoura-de-bruxa. Ele cita também o estabelecimento de bases para produção de plantas transgênicas de cacau.



O diretor da Ceplac, Jay Wallace da Silva e Mota, e o secretário Eduardo Salles destacaram o empenho do governador Jaques Wagner e da secretária Eva Chiavon, da Casa Civil, para a liberação de R$ 6 milhões da FINEP do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), e do Ministério da Agricultura, através do orçamento da Ceplac, para o projeto Renorbruxa.



Desde o ataque da Vassoura da Bruxa, no final da década de 80, que reduziu a produção brasileira de 400 mil toneladas de cacau para menos de 100 mil toneladas, a Ceplac desenvolveu inúmeras pesquisas. Além de ter produzido 39 clones com genes tolerantes e resistentes à doença, os pesquisadores também desenvolveram tecnologias para o manejo integrado da vassoura-de-bruxa com controles cultural, biológico, genético e químico, e recebeu premiação internacional do Fundo Comum de Commodities (CFC) durante a celebração de seus 20 anos de fundação em reunião em Nairobi, Quênia, em setembro do ano passado.

Salles alerta para riscos da monilíase




MONILÍASE

O secretário Eduardo Salles alertou para o risco da monilíase do cacaueiro, chamando a atenção para a necessidade de ações efetivas de pesquisa para evitar que a praga, ainda ausente, atinja o Brasil e a Bahia. A doença já foi registrada no Peru, a 80 quilômetros da fronteira com o Acre. “Não podemos repetir o erro da vassoura-de-bruxa, quando tivemos que atuar como bombeiros. No caso da monilíase, devemos evitar o incêndio, já que a doença é altamente danosa para a lavoura”, disse, propondo um termo aditivo ao projeto Renorbio para pesquisas com a monilíase.



O secretário informou que o governo da Bahia, através da Agência de Defesa Agropecuária, (Adab), está em alerta. A Adab já desenvolveu um plano de contingenciamento, tem 40 técnicos treinados e mantém 70 postos de observação. A Seagri, Ceplac, Adab, EBDA, Uesc e Instituto Federal de Ciência e Tecnologia Baiano compõem o Comitê Estadual de Prevenção à Monilíase.



A coordenadora regional da Adab em Itabuna, Catarina Cotrim, lembrou que a agência tem promovido treinamentos para a detecção e prospecção da doença, com o objetivo de capacitar técnicos, agentes e agrônomos como multiplicadores de informação para evitar que a praga seja introduzida na cacauicultura baiana. “Esse treinamento integra o conjunto de ações preventivas para a proteção dos cacaueiros”, disse ela, lembrando que a presença da praga em países como Colômbia, Peru e Venezuela trouxe reflexos negativos nos aspectos social, econômico e ambiental.



Ascom Seagri/Ceplac

 Luiz Conceição e Daniel Thame
sexta-feira, 09/09/2011