quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Cargill suspende planos sobre cacau na Costa do Marfim


Decisão foi tomada após governo do país anunciar mudanças na tributação de exportações

por Estadão Conteúdo
 Shutterstock
Na Ásia, a demanda por chocolate está aumentando (Shutterstock)
A gigante norte-americana do agronegócio Cargillsuspendeu temporariamente o plano de expandir suas operações de processamento de cacau na Costa do Marfim depois que o governo do país anunciou mudanças na tributação de exportações. 

O presidente da divisão de cacau e chocolate da Cargill,Jos de Loor, destacou que, embora a região da África Ocidental tenha potencial de crescimento no segmento demoagem de cacau, as alterações no imposto de exportação tornaram improvável o aumento da capacidade da fábrica localizada na cidade marfinense de Abidjã. 

Costa do Marfim, maior produtor mundial de cacau, planeja cobrar um imposto sobre a exportação de produtos semiacabados de cacau com base em seu peso, o que representa uma mudança em relação ao tributo existente, cuja cobrança se baseia no produto acabado. O cacau semiacabado é produzido após os grãos serem torrados e moídos. Entre os itens considerados semiacabados está amanteiga de cacau, utilizada na fabricação de barras de chocolate

Com a ampla reforma do setor de cacau, a Costa do Marfim quer processar metade dos grãos que produz até 2015. Mas participantes do mercado expressaram temor de que as alterações no imposto de exportação podem desencorajar o processamento e favorecer exportações do produto bruto. 

A Cargill disse, entretanto, que continua otimista sobre oportunidades de crescimento da moagem na Ásia. "Pretendemos abrir uma unidade de processamento na Indonésia. A expansão começará a ser planejada durante o segundo trimestre de 2014, porque percebemos um espaço para o crescimento nessa região", disse de Loor. O executivo não quis comentar sobre a capacidade da nova fábrica. 

Na Ásia, a demanda por chocolate está aumentando. No início de 2012, a Organização Internacional do Cacau (ICCO)disse que a procura na região provavelmente subirá 10% em 2012, devido ao aumento da renda da população e ao investimento pesado dos fabricantes em publicidade. 

O executivo disse ainda esperar que a moagem global de cacau da Cargill cresça entre 2,5% e 3,5% no próximo ano e destacou que a empresa não planeja reduzir o volume processado em qualquer das suas fábricas. Ele acrescentou que a oferta e demanda global da commodity devem ficar em equilíbrio nesta temporada, porque o aumento da demanda asiática provavelmente será acompanhado de uma safra intermediária maior da África Ocidental.

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