sábado, 29 de dezembro de 2012

Vantagens da produção de coco

Economia Alternativa e Criativa

A industrialização é uma maneira prática e eficiente para aproveitar a produção do coco e seus derivados

producao coco portal agropecuario 250x158 Vantagens da produção de coco É grande o número de propriedades rurais, que já plantaram ou estão preparando o solo para o plantio de coco
O coqueiro, que dá origem ao coco, é uma das plantas mais úteis do mundo. Conhecido como “a árvore da vida”, ele tem um papel importante na vida das pessoas que habitam as regiões tropicais e úmidas e, indiscutivelmente, tem tanta importância nos dias de hoje como em tempos passados. Constitui-se a mais importante das culturas perenes possíveis de gerar um sistema autossustentável de exploração, como provam vários países do continente asiático.
A agroindústria dos produtos coqueiros, no Brasil, é caracterizada pela existência de algumas unidades, de grande e médio portes, e por uma agroindústria de pequeno porte, ainda pouco expressiva e incipiente, com boas perspectivas de desenvolvimento face à demanda nacional, bem superior à oferta.
Os produtos de coco, no Brasil, como na maior parte do mundo, são matéria-prima de relevância na indústria de muitos produtos alimentares, desde fábricas de bolachas, indústrias de doces, iogurtes, sorvetes e restaurantes industriais até pequenas confeitarias e lanchonetes. Assim, como para qualquer outro alimento humano, de origem vegetal, esses produtos têm de ser submetidos a cuidados especiais, a começar na fase cultural (em especial nos tratos culturais agrícolas e na colheita), bem como no transporte, armazenamento, processamento e comercialização.
A industrialização é uma maneira prática e eficiente para aproveitar a produção dococo e outros produtos do coqueiro, facilitando a sua comercialização nas mais diversas formas. Algumas estratégias ajudam, consideravelmente, a melhorar os rendimentos do produtor rural. Hoje, uma das estratégias mais usadas para vencer o mercado, altamente competitivo, do setor de produção de alimentos, é a diversificação.
A industrialização permite também uma expansão comercial mais fácil, além de ser uma maneira cômoda para o consumidor que poderá, por exemplo, manter em seu congelador, durante todo ano, coco verde em forma de água ou polpa congelada. Além disso, muito pode ser feito para melhorar a comercialização no mercado interno dos produtos e subprodutos do coco, já que se tratam de matérias-primas de relevância na indústria alimentar.
É grande o número de propriedades rurais, que já plantaram ou estão preparando o solo para o plantio de coco. Ao que parece, os produtores rurais, de modo geral, perceberam que existem grandes vantagens de se trabalhar com essa cultura. A introdução do coqueiro, no país, e sua adaptação aos solos arenosos da costa brasileira permitiram o surgimento de uma classe produtora, ocupando um ecossistema com poucas possibilidades de outras explorações comerciais cuja cadeia produtiva é muito diversificada e de grande significado social.
Mas é preciso que fique bem claro que a expansão do cultivo de coco não se restringiu apenas à Costa brasileira, mas também ao interior dos Estados. Esse fato se deve, principalmente, ao grande aumento da procura e do consumo da água de coco verde, ou seja, in natura.
Contando com inúmeras vantagens, a produção de coco auxilia a entrada de pequenos e médios produtores no mundo da agroindústria. Para saber mais a respeito do assunto, consulte o curso Industrialização do Coco, elaborado peloCPT – Centro de Produções Técnicas. O curso conta com a coordenação do biólogo Raimundo Camelo Mororó, que aborda temas como os produtos e uso do coqueiro, vantagens econômicas, preparo do coco para processamento, entre outros. Leia também nosso outro artigo a respeito Agroindústria do coco.

Fonte: Vantagens da produção de coco

Sistemas de produção empregados na avicultura

Economia Alternativa

A avicultura de corte tem adotado, pelo menos, três sistemas de produção, são eles: sistema de integração, sistema cooperativo e sistema independente


frango de corte portal agropecuario 250x165 Sistemas de produção empregados na avicultura Quanto à idade ao abate, quem decide a melhor idade para se abater os frangos é o tipo de demanda do consumidor
A avicultura se consolidou no Brasil graças a fatores como o clima favorável, a expansão da cultura da soja, do milho e a boa receptividade do consumidor ao produto. Nesse sentido, as exportações têm um papel de extrema importância no desempenho da avicultura de corte no país. Um índice superior a 10% da tonelagem de carcaça produzida vem sendo sistematicamente adquirido pelo mercado externo, principalmente pelos países do Oriente Médio e próximo.
No Brasil, a avicultura de corte tem adotado, pelo menos, três sistemas de produção, são eles: sistema de integração, sistema cooperativo e sistema independente. No sistema de integração, o integrador é o único responsável pelas decisões operacionais; o integrado executa os trabalhos segundo o acordo estabelecido entre ambos e aceita todas as orientações técnicas repassadas pelo integrador. Por meio deste sistema, o integrador garante uma renda mínima para o integrado, de acordo com o desempenho da criação.
No caso do sistema cooperativo, o criador participa da organização e das decisões, correndo todos os riscos de um eventual fracasso das operações. Os insumos são repassados aos cooperados, pelo custo, além disso, são consideradas também as despesas administrativas e técnicas.
Já no sistema independente, o produtor é responsável por todo o processo de produção do frango e por toda e qualquer decisão, assumindo todos os riscos envolvidos nas operações. A produção independente de frangos de corte tende a desaparecer, por ser um sistema administrativamente pesado para o produtor. Ele é responsável por todo o processo de produção do frango e por toda e qualquer decisão, assumindo também todos os riscos envolvidos nas operações.
Qualquer que seja o sistema de produção, a criação comporta apenas um esquema geral da criação. Isso quer dizer que todos os pintinhos entram, de uma só vez, noaviário, com um dia de abate, e dele também saem, ao mesmo tempo, na época do abate. Esse esquema atende a razões de ordem veterinária, pois ele dificulta a propagação de microrganismos de plantéis mais velhos para os recém-chegados. Ele se baseia no chamado “vazio sanitário”, havendo a necessidade de cumprir um espaço de tempo entre as trocas dos plantéis.
Quanto à idade ao abate, quem decide a melhor idade para se abater os frangos é o tipo de demanda do consumidor. Na prática, é o mercado consumidor que informa ao abatedouro o tamanho da ave e o tipo de corte que ele deseja. Sendo assim, tudo é planejado em função desta demanda.
Na criação de frangos de corte, existe também a possibilidade da sexagem pelo empenamento, que é um dos avanços técnicos da avicultura de corte, possibilitando a separação dos frangos por sexo, com certa facilidade. Esse modo de criar machos separados das fêmeas é vantajoso sob vários aspectos. A partir dele, o criador é favorecido, uma vez que este oferece frangos mais uniformes para o abate.
Ganha-se no manejo, com a melhor utilização das instalações e equipamentos, e também com a utilização de rações específicas para cada sexo. A partir de 15 dias de idade, as necessidades nutricionais das fêmeas são diferentes das dos machos. No caso da fêmea, por exemplo, ela é menos exigente em nutrientes, tendo um custo de alimentação mais baixo. Ela também completa seu desenvolvimento em um tempo menor, podendo ser abatida antes do macho.
Para receber mais informações, consulte o curso Produção de Frangos de Corte, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas. O curso conta com a coordenação do professor Tadeu Cotta, que aborda temas, como sistemas de produção, instalações, cama do aviário, materiais e equipamentos, entre outros. Leia também nosso outro artigo a respeito Aprenda sobre alimentação de frangos de corte.

Fonte: Sistemas de produção empregados na avicultura

Conheça alguns implementos, que podem ser usados na mecanização agrícola

Economia Criativa

A mecanização agrícola exerce papel fundamental nas pequenas propriedades para garantir maior produtividade e qualidade dos serviços realizados

mecanizacao pequenas propriedades portal agropecuario 250x166 Conheça alguns implementos, que podem ser usados na mecanização agrícolaUm dos principais fatores de produção que contribui para o aumento de produtividade é a mecanização agrícola dos processos
O Brasil apresenta condições de clima, água e solo que o leva a possuir uma vasta área agricultável. Atualmente, 70% das propriedades rurais possuem área inferior a 50 ha, sendo, portanto, classificadas como pequenas propriedades. Elas são as principais fornecedoras de produtos in natura para o abastecimento direto do mercado interno do país. Por essa razão, as pequenas propriedades são, cada vez mais, importantes no contexto da produção agropecuária.
Um dos principais fatores de produção que contribui para o aumento de produtividade é a mecanização agrícola dos processos. São diversas as tarefas que podem ser executadas com grande facilidade e eficiência, por meio da mecanização. Com isso, os custos de produção tendem a ser menores e a propriedade agrícolatorna-se mais competitiva.
No entanto, qualquer que seja o tamanho da área a ser cultivada, haverá a necessidade de aplicação de algum tipo de agrotóxico, pois é praticamente impossível que, durante o ciclo, a lavoura não seja atacada por algum tipo de doença ou praga. Sendo, portanto, necessária a intervenção de produtos químicos, que serão aplicados por meio de pulverizadores. Esse equipamento tem a capacidade de fragmentar o líquido em gotas de diâmetro maior que 150 microns.
Além disso, as pequenas propriedades também lançam mão do uso de micro tratores para os serviços. Abordaremos a descrição de alguns implementos, que podem ser usados para micro tratores. São eles:
Arado de discos: é um implemento de estrutura reforçada, com formato tubular. Pode-se obter diferentes regulagens da largura do corte e na inclinação dos discos. São acoplados aos tratores por meio do sistema hidráulico de três pontos. Possui limpadores de disco opcional. O peso aproximado é em torno de 260 Kg e possuem largura de corte em torno de 60 cm. Existem modelos fixos e reversíveis.
Carreta: possui estrutura reforçada em aço, carroceria de madeira com assoalho inteiriço; rótula do tipo engate, com articulação em todos os sentidos; pé escamoteável; e pode ser adquirida com ou sem freio mecânico de sapatas expansíveis. O comprimento é em torno de 2 metros, com duas ou quatro rodas, presença ou não de basculante e capacidade para 2 toneladas.
Cultivador: possui estrutura tubular, braços flexíveis de aço, equipados com enxadinhas de 6, 8 ou 10 polegadas. Podem possuir também riscadores de 2 polegadas e meia. O acoplamento ao trator é por meio do sistema de três pontos. Pode ser adquirido com ou sem rodas reguladoras de profundidade. O número de linhas varia de 5 a 11, de acordo com o modelo.
Enxada rotativa: apresenta estrutura reforçada; permite trabalhar centralizada ou deslocada em relação ao trator; o rotor trabalha com 2 ou 3 velocidades; sistema de segurança do tipo embreagem automática; tampa traseira regulável; enxadinhas tipo L, curva ou tipo estreita; acoplada ao trator pelo sistema de três pontos e é acionada pela tomada de potência; pode ser adquirida com ou sem rodas reguladoras de profundidade. A largura de trabalho situa-se em torno de 80 cm.
Para maiores informações a respeito de como fazer a mecanização agrícola em pequenas propriedades, consulte o curso Mecanização em Pequenas Propriedades, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas. O curso conta com a coordenação do Professor e  Pesquisador Afonso Peche, que aborda questões como construção de semeadura manual para o plantio de cenoura, regulagem de pulverizadores, tração animal, entre outros. Leia também nosso outro artigo Mecanização em pequenas propriedades.

Fonte: Conheça alguns implementos, que podem ser usados na mecanização agrícola

Quando a comercialização de codornas é feita diretamente pelo criador, o lucro é bem maior

 Economia Criativa

Pequenas criações:

comercializacao codornas portal agropecuario 250x166 Comercialização de codornasO consumo de ovos e carne de codorna tem aumentado significativamente


Comercialização de codornas

O criador de codornas que esteja localizado em regiões de fraca produção, raramente terá problemas para escoar os seus produtos e, consequentemente, obterá um preço justo por eles. Comercializar diretamente com o consumidor é questão que exige uma avaliação caso a caso. Seguramente, o corte do intermediário promoverá um ganho substancialmente maior na atividade. Esta é quase que uma condição para os pequenos criadores.
Evidentemente, o volume produzido e o potencial de absorção de produção do mercado local serão fatores que influenciarão as estratégias de comercialização. Tais potenciais são os supermercados, bares, padarias, restaurantes, hotéis, bufês, feiras livres, varejões, entre outros. Além disso, o consumo de ovos e carne de codorna tem aumentado significativamente.
O mercado dos produtos oriundos da coturnicultura é muito diferenciado de região para região, isso porque, em locais onde a atividade é pequena ou inexistente, há mercados onde os ovos de codorna vendidos a varejo contam com preços superiores a 300% do valor praticado no atacado de um grande centro produtor.
A solução para produtores que estejam em regiões de alta produção é a produção voltada para a exportação dos ovos in natura ou processados. Além disso, um controle rígido de qualidade e o conhecimento, por parte do criador, das principais características e vantagens do produtos, são fatores de estímulo ao consumo.
Quanto aos consumidores, a quantidade de colesterol presente nos ovos de codorna, ainda é motivo de dúvida para muitos deles. Os ovos de codorna possuem 72,2 miligramas de colesterol por grama de gordura, enquanto os ovos de galinha, por exemplo, possuem 63,0 miligramas de colesterol por grama de gordura. Eles fornecem 15,8 calorias e apresentam grande riqueza vitamínica, com destaque para as vitaminas A, D, E, complexo B, além de vitamina C, inexistente em ovos de galinha.
A coturnicultura de postura apresenta alguns subprodutos, sendo os principais a carne do descarte, o esterco e a cama. A carne de descarte pode chegar a um lucro líquido superior ao valor necessário para a reposição do lote em codorninhas de um dia já sexadas. O esterco seco puro ou misturado à cama é muito utilizado por sitiantes, viveiristas, fruticultores, horticultores, cafeicultores, enfim, praticamente todas as atividades em que uma boa adubação orgânica não deve ser dispensada.
O esterco de codornas vem sendo utilizado até mesmo na produção de cogumelos. Pode ser utilizado na complementação da alimentação de gado confinado ou semiconfinado, misturando-se ao volumoso na picadeira. Pode ser utilizado também na alimentação de peixes e suínos. Este é um dos indicativos de que a coturnicultura deve estar integrada com as demais atividades na propriedade.
Só em nível de informação, os custos médios para a implantação de uma granja de codornas irão variar de região para região. Para maiores esclarecimentos, consulte o curso Codornas – Recria e Reprodução, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas. O curso conta com orientações a respeito do manejo da produção, manejo reprodutivo, manejo alimentar, entre outros. Leia também nosso outro artigo A fase inicial da criação de codornas é muito importante para o sucesso da produção.





quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Cargill suspende planos sobre cacau na Costa do Marfim


Decisão foi tomada após governo do país anunciar mudanças na tributação de exportações

por Estadão Conteúdo
 Shutterstock
Na Ásia, a demanda por chocolate está aumentando (Shutterstock)
A gigante norte-americana do agronegócio Cargillsuspendeu temporariamente o plano de expandir suas operações de processamento de cacau na Costa do Marfim depois que o governo do país anunciou mudanças na tributação de exportações. 

O presidente da divisão de cacau e chocolate da Cargill,Jos de Loor, destacou que, embora a região da África Ocidental tenha potencial de crescimento no segmento demoagem de cacau, as alterações no imposto de exportação tornaram improvável o aumento da capacidade da fábrica localizada na cidade marfinense de Abidjã. 

Costa do Marfim, maior produtor mundial de cacau, planeja cobrar um imposto sobre a exportação de produtos semiacabados de cacau com base em seu peso, o que representa uma mudança em relação ao tributo existente, cuja cobrança se baseia no produto acabado. O cacau semiacabado é produzido após os grãos serem torrados e moídos. Entre os itens considerados semiacabados está amanteiga de cacau, utilizada na fabricação de barras de chocolate

Com a ampla reforma do setor de cacau, a Costa do Marfim quer processar metade dos grãos que produz até 2015. Mas participantes do mercado expressaram temor de que as alterações no imposto de exportação podem desencorajar o processamento e favorecer exportações do produto bruto. 

A Cargill disse, entretanto, que continua otimista sobre oportunidades de crescimento da moagem na Ásia. "Pretendemos abrir uma unidade de processamento na Indonésia. A expansão começará a ser planejada durante o segundo trimestre de 2014, porque percebemos um espaço para o crescimento nessa região", disse de Loor. O executivo não quis comentar sobre a capacidade da nova fábrica. 

Na Ásia, a demanda por chocolate está aumentando. No início de 2012, a Organização Internacional do Cacau (ICCO)disse que a procura na região provavelmente subirá 10% em 2012, devido ao aumento da renda da população e ao investimento pesado dos fabricantes em publicidade. 

O executivo disse ainda esperar que a moagem global de cacau da Cargill cresça entre 2,5% e 3,5% no próximo ano e destacou que a empresa não planeja reduzir o volume processado em qualquer das suas fábricas. Ele acrescentou que a oferta e demanda global da commodity devem ficar em equilíbrio nesta temporada, porque o aumento da demanda asiática provavelmente será acompanhado de uma safra intermediária maior da África Ocidental.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

I Encontro Baiano dos povos da Cabruca debaterá desenvolvimento sustentável regional




Será realizado entre os dias 26 e 28 de novembro, no auditório Jorge Amado, na UESC, o I Encontro Baiano dos Povos da Cabruca. O evento abrigará o I Encontro Baiano de Sistemas Agrossilviculturais, a Cúpula Técnica dos Povos (Encontro de saberes da Agricultura Familiar com a Ciência), uma Feira da Agricultura Familiar e de Artesãos, exposições e espaços para negócios.

O evento é uma realização da CEPLAC, Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), Empresa Junior de Agropecuária (EJA) e o Centro de Desenvolvimento Ambiental e Cidadania (CDAC), e tem o objetivo de debater propositivamente o combate à pobreza e a promoção do desenvolvimento regional em bases sustentáveis, congregando as comunidades científicas, técnicas, acadêmicas e agrícola, tendo os sistemas agrossilviculturais (agroflorestais) como instrumento de conservação produtiva.

Um dos destaques da programação fica por conta da palestra sobre “Inclusão Social e Conservação Produtiva”, que será proferida pelo pesquisador da CEPLAC Dan Érico Lobão, logo após a solenidade de abertura do evento, que terá inicio as 9 horas da segunda-feira (26).

Relatos de experiências da agricultura familiar sobre a temática fazem parte da programação, que prevê também visitas técnicas em áreas onde a CEPLAC desenvolve projetos do Sistema Cabruca, e ainda a realização de mesa-redonda, mini-cursos, exposição fotográfica e stand da CEPLAC.

Além de subsidiar políticas públicas voltadas ao combate da pobreza e à promoção da sustentabilidade, o Encontro, segundo os organizadores, será também um forte instrumento para difundir o IX Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais, que será realizado em outubro de 2013, em Ilhéus.

Enquanto os Estados concorrentes Investem em Programas para Revitalizar a Lavoura Cacaueira, a Bahia se retrai.


Enquanto as lavouras  da Amazônia avançam em novos plantios e alcançando um elevado índice de produtividade, o Espirito Santo contam com uma série de incentivos para revitalizar as lavouras e combater pragas e doenças, a Bahia que já foi e ainda é o maior produtor de cacau do país está à margem do governo.
O Espírito Santo ocupa o terceiro lugar entre os maiores produtores de cacau do Brasil, atrás dos estados da Bahia e Pará que ocupam, respectivamente, o primeiro e o segundo lugares. O Estado possui cerca de 20 mil hectares plantados com cacau e a atividade envolve aproximadamente mil produtores, cerca de 90% dessa área está no município de Linhares.
O Programa de Revitalização das Áreas Produtoras de Cacau do Espírito Santo foi lançado, no dia (14) deste mês, em Linhares.  Com a presença do Governo  do Espírito Santo , Renato Casa Grande, o Diretor da Ceplac  Helinton José Rocha, o secretário de Estado da Agricultura Enio Bergoli, foi lançado o programa, também chamado de Cacau Sustentável, para elevar a competitividade nos plantios tradicionais e favorecer a implantação de lavouras em sistemas agroflorestais. A meta é atingir a produção de 14 mil toneladas de amêndoas por ano, em 2015.
Os produtores que aderirem ao programa terão acesso a pagamento por serviços ambientais, recebimento de mudas resistentes a pragas e doenças, crédito financeiro com condições diferenciadas, assistência técnica direcionada e outros incentivos.
Os produtores terão acesso à mudas resistentes a vassoura-de-bruxa , crédito financeiro com condições diferenciadas, assistência técnica direcionada, pagamento por serviços ambientais e outros estímulos.
Normas
Durante a solenidade, foi assinada a Instrução Normativa do Idaf, publicada no Diário Oficial do Estado do Espírito Santo, também nesta quarta-feira, que institui as normas para renovação e substituição da cultura do cacau nas formações vegetais no sistema agroflorestal de cabruca. O documento esclarece as regras ambientais para eliminar plantas doentes, impedindo o avanço da vassoura-de-bruxa, e reaproveitar o material retirado.
Investimentos na cacauicultura
A Seag adquiriu, no ano passado, 150 mil mudas de cacau tolerantes à vassoura-de-bruxa para a formação de jardins clonais de multiplicação e para repasse a produtores cadastrados pela Ceplac e aos escritórios do Incaper dos municípios produtores.
Grupo belga investe em fábrica de chocolate no ES
O grupo belga Puratos anunciou investimento de 12,7 milhões de euros (R$ 33,23 milhões) em uma fábrica, com capacidade para produzir 10 mil toneladas de chocolates por ano, no município de Linhares. O cronograma detalhado de implantação e o valor do investimento foram apresentados ao secretário da Agricultura, Enio Bergoli, no mês de outubro, durante reunião na sede da empresa, na Bélgica.
Nos próximos meses, representantes do grupo Puratos virão ao Espírito Santo para apresentar ao governador Renato Casagrande o projeto da fábrica de chocolate e como será o funcionamento.
A localização do investimento será ao lado da indústria de licor de cacau Floresta Rio Doce, que pertence ao mesmo grupo, e foi inaugurada em 2010. O projeto na nova unidade ficará pronto até dezembro de 2012 e o início da implantação está previsto para o primeiro trimestre de 2013.
A fábrica terá quatro linhas de produção e deverá entrar em operação nos primeiros meses de 2014, com capacidade inicial de quatro mil toneladas de chocolate em barras e gotas, matérias-primas básicas para segmentos como confeitaria e padaria.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Alberga primeira conferência mundial do Cacau


Direto de Côte d'Ivoire



Abidjan - Cerca de mil delegados devem participar na primeira conferência mundial do cacau que arranca hoje (segunda-feira), em Abidjan, a capital económica ivoiriense, para reflectir sobre o relançamento da economia do cacau.
 
Os participantes são representantes dos países produtores e dos países reconhecidos como grandes consumidores dos produtos do cacau. Trata-se igualmente de altos responsáveis das principais empresas de cacau e de chocolate, bem como de pesquisadores, cientistas e organizações de agricultores.

Em quatro dias, os participantes deverão encontrar pistas de relançamento da cultura do cacau que está a perder espaço devido a um entusiasmo por outras culturas como a hévea e a palma.

Côte d'Ivoire é o primeiro país produtor mundial com um milhão e 410 mil toneladas em 2011-2012, ou seja 35,6 por cento da produção mundial de cacau, à frente do Ghana (21,7 por cento) e da Indonésia (12,1 por cento).

Cacau do Espírito Santo faz sucesso no Salon Du Chocolat de Paris


O chocolate produzido com cacau do Espírito Santo tem sido destaque no estande brasileiro no Salon Du Chocolat 2012, realizado no Parque de Porte de Versailles na capital francesa que serfá encerrado nesta segunda-feira (5). O evento reúne expositores de todo mundo com degustação de chocolates, palestras técnicas e apresentações culturais. *A delegação capixaba, que representa o setor cacaueiro estadual no evento, realizou contatos com indústrias de chocolate de países europeus buscando oportunizar novos negócios para a cacauicultura estadual. “Tivemos dois dias muito produtivos com bons contatos com chocolateiros europeus. Todos aprovaram nosso produto”, destacou o produtor Emir de Macedo Gomes Filho.

A Indicação Geográfica do Cacau de Linhares, certificação conquistada recentemente pela Associação dos Cacauicultores de Linhares (Acal) através do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), foi destaque neste primeiro dia do evento. “O Estado entra no mercado internacional com essa certificação de origem. Temos um conceito de produção de cacau baseada em práticas de produção adequadas e respeitando critérios socioambientais”, afirmou o Secretário da Agricultura do Espírito Santo, Enio Bergoli.

O grupo belga Puratos anunciou o investimento de € 12,7 milhões (R$ 33,42 milhões) em uma fábrica, com capacidade para produzir 10 mil toneladas de chocolates por ano, no município de Linhares. O cronograma detalhado de implantação e o valor do investimento foram apresentados pelo diretor de Mercados Globais da Puratos, Peter Deriemaeker, ao secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli, na última terça-feira (30) na Bélgica, durante reunião na sede da empresa, próximo a Bruxelas. Reunindo expositores de diversas partes do mundo, o Salão do Chocolate de Paris proporciona opções aos milhares de consumidores que visitam o evento. O estande do Cacau do Brasil teve visitação intensa nos dois primeiros dias do evento, em especial o cacau do Espírito Santo.

O francês Hervé Ambiehl experimentou o cacau o chocolate processado com cacau da Fazenda São Luiz, no município de Linhares (ES), e aprovou. “Muito bom. Estala na boca de tantas sensações que esse chocolate proporciona. Com um bom café, é uma ótima pedida”, disse encantando com o chocolate.

Mesmo sem o hábito de comer chocolate com mais cacau na mistura, a francesa, Assolate Mina, destacou o paladar do produto com cacau capixaba. “Tem um gosto apurado que fica na boca. Mesmo com menos açúcar na mistura, como estou acostumada, não atrapalha o sabor do chocolate. Muito bom”, afirmou Mina. *Esta é a 18ª edição do evento e tem participação de 400 renomados profissionais chocolateiros, uma média de 160 expositores de diversas partes do mundo, e um público esperado de 130 mil visitantes.

Com o tema: Les Nouveaux Mondes du Chocolat (Os Novos Mundo do Chocolate), o Salon 2012 apresenta as novas tendências no consumo de chocolate, os novos sabores, os jovens talentos e os países que estão em ascensão no mercado de cacau e chocolate, incluindo o mercado de chocolate brasileiro.

“Linhares está em evidência no Salão do Chocolate de Paris”, afirma Bourguigon. O secretário de agricultura e presidente do Sindicato Rural de Linhares, Antonio Roberte Bourguignon, que faz parte da delegação capixaba no Salão de Chocolate de Paris, que ocorre no Porte de Versailles entre os dias 31 de outubro e 04 de novembro, destacou a participação do município no mais importante evento de chocolate do mundo.

Para o secretário, a qualidade do cacau de Linhares e a Indicação Geográfica conquistada pelo setor estão em evidência no evento. “Percebemos que o cacau do nosso município está muito bem avaliado em todo mundo por especialistas do segmento chocolateiro. Precisamos alinhar novas parcerias para oportunizar o desenvolvimento de todo setor”, afirmou Bourguignon. *Segundo ele, a recuperação da cultura cacaueira está começando e, para isso, todo o setor precisa estar empenhado neste propósito. ”Temos que ter todos os atores da cadeia produtiva unidos para que possamos continuar nesse processo de revitalização do cacau capixaba”, frisou.

Fonte: Portal do Agronegócio

sábado, 17 de novembro de 2012

Preços do cacau voltam a cair com perspectiva de oferta




Cenário: Paula Moura Os preços futuros do cacau despencaram ontem na Bolsa de Nova York após subirem na quarta...
Os preços futuros do cacau despencaram ontem na Bolsa de Nova York após subirem na quarta e na quinta-feira, quando temores em relação às exportações da Costa do Marfim, maior produtor mundial, deram suporte. Investidores estavam preocupados com o impacto da notícia de dissolução do gabinete do presidente Alassane Ouattara na comercialização do cacau
.
Isso fez o mercado embutir um prêmio de risco nos preços. Com o alívio das tensões no país, os participantes embolsaram lucro e as cotações cederam na sexta-feira. O contrato para entrega em março recuou 3,42% e fechou a US$ 2.398 por tonelada.
Na mesma bolsa, o algodão subiu 0,55%, com a confirmação de vendas grandes dos Estados Unidos na semana encerrada em 8 de novembro. O açúcar subiu 0,58%, com suporte de demanda no nível de 19 centavos de dólar por libra-peso. Já o café caiu 0,97%. A perspectiva de oferta ampla devido à safra recorde no Brasil continua a pesar sobre os preços.
Na Bolsa de Chicago, as cotações soja cederam 1,34%, pressionadas por condições climáticas favoráveis na América do Sul e por possíveis cancelamentos feitos pela China. O milho avançou 0,80%, depois que o governo norte-americano decidiu manter a mistura de etanol na gasolina mesmo após o país colher uma produção de milho 100 milhões de toneladas menor do que esperava. Nos EUA, o etanol é feito a partir do cereal e a decisão indica que a procura pelo produto deve continuar firme. O trigo recuou 0,87%, com o enfraquecimento da demanda.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

“Desatando o Nó” Timóteo e seu modus operandi: do 'terror biológico' à 'visão de Eliza Samúdio'






 Mais uma vez entra em cena Luiz Henrique Franco Timóteo. Um baiano de Itabuna que saiu da velha vida de viciado e traficante para ganhar as paginas da veja como réu confesso de um crime biológico. 

Também com uma carta, característica peculiar de Timóteo que não é nova. Em 2006 ele, também munido de uma carta, fez 'revelações' à revista Veja sobre um suposto crime que ele próprio cometera (Réu Confesso). Ele contou à publicação o que já teria contado a diversos cacauicultores, que teria sido ele a pessoa que amarrara, quase duas décadas antes, galhos contaminados com o fungo da vassoura-de-bruxa em cacaueiros do sul da Bahia.

Na época a história de Timóteo não passava de um relato esdrúxulo, mas a partir do momento que Policarpo Junior (Veja) entrou em cena a noticia passou a ter outra conotação. Muitos questionamentos foram feitos na época. Porque Timóteo chamaria pra si a responsabilidade de assumir um crime e levando com ele os nomes de cinco sindicalistas, funcionários da Ceplac que enfrentavam o sistema da época e incomodava os poderes em todas as instâncias? O que ele estaria lucrando e quem estaria por trás de suas confissões suicidas?

Mesmo sem ter nenhum recurso financeiro, Timóteo se hospedavam na casa do Indiano Assharam, pesquisador da Ceplac que viajava muito para Rondônia, onde conheceu Timóteo, adversário politico dos sindicalistas e porta voz do Carlismo local e tinha como advogado o escritório de Sharif em Salvador! Depois de causar grandes prejuízos, principalmente de ordem moral e psicológica, ao grupo e seus familiares, Timóteo desapareceu, dificultando inclusive o processo que o grupo moveu contra a editora Veja, pois os juízes não conseguiam localizar o traficante Timóteo para ouvi-lo, até que na semana passada ele virou noticias de seu novo endereço: Timóteo está preso por tráfico de drogas. Luiz Henrique Franco Timóteo tem uma capacidade ímpar de chamar a atenção da mídia. De dentro da cadeia, conseguiu mobilizar o grupo Folha e outros gigantes da comunicação, com uma simples carta. Aliás, nem tão simples, mas de uma fantasiosidade incrível. Tão incrível que até um advogado que poderia tirar proveito do documento, ainda duvida de sua veracidade. ( Blog o Trombone).


 Timóteo é padrasto do ex-goleiro Bruno, acusado de matar a namorada-problema Eliza Samúdio. Assim como o enteado, Timóteo está preso. Da cadeia, mandou dizer, na tal carta, que a mulher está viva, no exterior, fanfando com um novo nome - Olívia. Outra curiosidade é que, nos dois casos, Timóteo chama a atenção de todos ao confessar um crime. Dessa vez ele teria ajudado a ex de seu enteado a conseguir um documento falso para sair do país. No mínimo, cúmplice ou negligente.


Mas há uma diferença entre os dois episódios: em 2006, ele estava a serviço de um projeto que visava eliminar o ex-prefeito Geraldo Simões do cenário de liderança política de Itabuna e região. 

O modus operandi é o mesmo - uma carta de confissão. Outra diferença básica: o caso do ex-goleiro tem um promotor que não aceita esse tipo de jogo, e já descartou a possibilidade de ser verdadeira a informação do presidiário Timóteo.

Já no caso da vassoura-de-bruxa, havia uma legião de inimigos ávidos pela derrocada de Simões e do PT em Itabuna. E uma 'Veja' pelo caminho, ao ponto de virar um documentário denominado de “ O Nó” que começa a ser desatado pela falta de confiança na principal fonte, um drogado e traficante que é capaz de vender a própria alma para conseguir alguns trocados.

A Veja 

O tempo passou e a verdadeira face da Veja ficou escancarada com a relação de crimes: Veja e Cachoeira, as provas de uma parceria.

De Acordo com as gravações feitas pela Polícia Federal que mostram a relação profunda do diretor da sucursal da revista Veja em Brasília, Policarpo Junior, com o quadrilha do bicheiro Carlos Cachoeira.

A relação entre eles aparece em uma série de interceptações telefônicas realizadas durante as operações Vegas e Monte Carlo. O objetivo básico da ligação entre os dois, conforme a reportagem de Leandro Fortes era manter o fluxo de informações para a revista contra alvos específicos. Em troca, Policarpo informava o grupo de Cachoeira sobre o que seria publicado. (Carta Capital).

 Um velho hábito da Veja sob o comando de Policarpo Junior é o de matérias pagas, a exemplo do caso no Sul da Bahia onde a Veja deu uma conotação de crime biológico, mesmo ouvindo o depoimento dos acusados que afirmavam não ser verídica a história do réu confesso. Nas ruas de Itabuna corria de mão em mão a boneca da matéria da Veja, coletando dinheiro entre os fazendeiros e políticos, principalmente do grupo ligado a ACM, para arcar com as despesas de publicação das duas páginas da revista.

Ed Ferreira

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

CACAU FAZ UM CAMINHO DE VOLTA À AMAZÔNIA




O Brasil se posiciona entre o sexto e sétimo lugares no ranking dos maiores produtores mundiais, dependendo do volume produzido mundialmente. A Costa do Marfim, maior produtor mundial, deve colher uma safra de 1,41 milhão de toneladas na safra 2011/2012, que começa no próximo mês de outubro e se encerra em setembro de 2013. No mesmo período, a oferta mundial de cacau deve somar 3,9 milhões de toneladas, o que, segundo a International Cocoa Organization (Icco), deve gerar um deficit de 43.000 toneladas entre a oferta e a demanda. Apesar da retração nos países desenvolvidos, o aumento do consumo de chocolate nos países emergentes mantém a demanda aquecida e dá sustentação aos preços da commodity.

Bahia

Na Bahia, a safra está estimada em 135.000 toneladas para este ano, alta de 6,2% quando comparada ao período anterior. No Estado, símbolo da produção de cacau, os esforços no combate ao fungo causador da doença vassoura de bruxa surtiram efeito e a produção começa a ser retomada. A Ceplac tem tido papel fundamental nessa retomada, com destaque para um projeto de conservação produtiva que visa capacitar produtores para o uso de tecnologias sustentáveis.

Pará


O Pará, Estado onde o cultivo cresce mais rápido no país, registra o triplo da produtividade da Bahia.

O Pará está descobrindo que tem vocação natural, além da castanha é um símbolo cativo do Pará, mas também  para cacau.

O cultivo do cacau há muito que passa por uma crise sem precedência, tanto a  nível  de Brasil como na Bahia o maior produtor,  onde particularmente passa por uma  fase delicada e de incertezas . Um pouco mais de vinte anos que enfrenta problemas sanitários com a vassoura-de-bruxa. Com produção  estagnada, importações de amêndoas e seus derivados em alta, e consumo crescente de chocolate, a indústria nacional tem  tido dificuldades  para se abastecer de matéria-prima. É nesse cenário que desponta o Pará, acelerando o plano ambicioso de se tornar  uma grande fronteira agrícola no cultivo do cacau. A meta é dobrar a produção nos próximos oito anos, afirma Hildegardo Nunes, secretário de Estado de Agricultura do Pará.

Cacau aos poucos  volta à Amazônia



O Brasil, que nas últimas décadas viu a produção interna de cacau despencar, por conta principalmente da alta incidência do fungo que causa a  vassoura de bruxa,  e pela forma como os produtores conduzem o processo , hoje ensaia um movimento de recuperação que já na safra atual pode somar 200.000 toneladas, uma alta de 17% em comparação ao
período anterior. Além da retomada da safra na Bahia, que responde por 70% da colheita nacional, o Pará, que hoje se destaca como segundo maior produtor do país, tem grande potencial de expansão para a cultura. É no Pará onde a produção mais cresce no Brasil. Avalia *Thomas Hartmann, analista da TH Consultoria. Ainda Segundo ele, a Bahia tem grande importância histórica para o cacau, mas é no Pará que está o futuro da amêndoa.
*A Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) do Pará apurou, neste ano, uma safra parcial de 76 mil toneladas de cacau e a previsão até o final da colheita é alcançar 85 mil toneladas da amêndoa, atrás apenas da Bahia, com 130 mil toneladas. Segundo Moisés   moreira dos Santos, superintendente da Ceplac no Estado, o plano do governo paraense é ambicioso. Vamos ajudar o Brasil a chegar à autossuficiência da matéria-prima, diz.
*O planejamento estratégico aponta que o Estado vai colher 230 mil toneladas de amêndoas por ano até 2022, superando a produção baiana.
  
Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da cacauicultura ( PDCPC).

Desde outubro do ano passado, a cultura ganhou impulso com o Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Cacauicultura, lançado pelo governo
do Estado em parceria com a Ceplac. Os recursos de cerca de R$ 2 milhões por ano do Fundo de Apoio à Cacauicultura Paraense (Funcacau) têm garantido a instalação de campos experimentais e pesquisas de manejo. De acordo com Nunes, a produtividade média no Pará é de 900 quilos de amêndoa por hectare, o triplo da produtividade baiana, de 300 quilos por hectare. Mas a meta é atingir 1,3 mil quilos por hectare, como média no Estado, afirma.
Não se trata de um delírio amazônico: ele cita o exemplo do município de Medicilândia, a quase mil quilômetros da capital, campeão nacional em produtividade de cacau, com média de 1,7 mil quilos por hectare.

Estimulo ao sistema Agroflorestal



Para intensificar a produção em 2012, estão sendo distribuídos 18 milhões de sementes, além do investimento em capacitação dos produtores em sistemas agroflorestais, para melhorar a qualidade da amêndoa e obter produtividade crescente. O clima e o solo favoráveis colocam a cultura como uma alternativa agrícola rural sustentável na região. Áreas de pastagens
degradadas estão sendo recuperadas com o cultivo consorciado a espécies florestais.  O cacau alia a preservação do meio ambiente com o desenvolvimento econômico e social, diz Santos, da Ceplac.

 Base Familiar

Diferente do que ocorreu na Bahia, a cultura do cacau no Pará tem se baseado na agricultura familiar. Famílias que cultivam a amêndoa em pequenas propriedades de dez hectares alcançam uma renda anual de até R$ 35 mil. Atualmente, há cerca de 15 mil produtores
no Estado, que geram cerca de 50 mil empregos diretos e indiretos.
*Gabriela, aos 78 anos, divide com nove meeiros os lucros de sua lavoura O agricultor Antonio Teixeira de Lira foi um dos primeiros a chegar à região, em 1970. Vim sem destino certo e meu primeiro trabalho foi a  A predominância da mão de obra familiar é uma forte característica das lavouras do norte do país. Nessa região, a sucessão familiar é comum e os filhos dos proprietários de terras ou assumem a gestão das fazendas junto  com os pais ou adquirem seus próprios lotes. É o caso de Ivan Gotardo, de 22 anos, que já tem, há dois anos, sua própria roça de cacau, com 10 mil pés. Seu irmão, Ivanilson, de 17 anos, também formou sua plantação em 2011, com 15 mil pés. Ambos, além de cuidarem do manejo de suas lavouras, também trabalham nas roças do pai, o agricultor Valmir Gotardo, que foi do Paraná*para Medicilândia em 1984 e hoje mantém 72 hectares, onde cultiva 72 mil pés de cacau. Neste ano, estamos com uma produtividade bastante alta, de 2 quilos por pé de cacau, diz Valmir. Uma produtividade que chama a atenção, já que, em geral, o rendimento no Estado se situa, em média, em 1 quilo por árvore, enquanto na Bahia a média baixa para 300 gramas por pé.

A Ceplac  e o governo estimam que 1,5 mil novos produtores recebam incentivos até
2013. Além disso, as autoridades querem que a amêndoa seja processada no Estado, em vez de migrar para as indústrias de outras regiões. Esperamos, em breve, a instalação de fábricas que possam verticalizar a produção do Pará, diz Santos.

A indústria, por sua vez, tem respondido positivamente aos planos do governo. A Cargill, maior processadora de cacau da América Latina, anunciará neste ano um projeto em parceria com a ONG The Nature Conservancy para apoiar pequenos produtores. Rodrigo Melo, gerente de originação e risco da Cargill no Brasil, diz que tem acompanhado o crescimento da safra
no Pará. É muito intenso esse movimento, afirma Melo. Segundo Miguel Sieh, diretor da unidade de negócio de cacau e chocolate da Cargill, a escassez da matéria-prima é um problema para a indústria. Na década de 1980, o Brasil produzia 400 toneladas de amêndoa e até exportava, diz Sieh. A expectativa é de que o Pará consiga suprir em até cinco anos a
matéria-prima que hoje é importada de países como Gana, Costa do Marfim e  Indonésia.

A importância da cultura é tão grande que o Estado já tem sua própria
capital do cacau: “A nova Ilhéus”


O município de Medicilândia, situado às margens da RodoviaTransamazônica, onde 70% da população, estimada em 27 mil habitantes, reside na área rural.

Medicilândia conta hoje com 27 milhões de pés de cacau, ou 1.000 pés por habitante, e há mais de três décadas é o destino certo para quem quer se aventurar na produção da amêndoa. Com infraestrutura precária, economia em desenvolvimento e PIB per capita de R$ 4.300, o pequeno município, fundado em maio de 1989, parece ter as mesmas características da Ilhéus do início do século passado: terra boa e agricultores ávidos por riqueza.

Na década de 1970, desenvolvemos um programa para que o cacau retornasse à sua origem, que é a região amazônica, e foi elaborado um material híbrido altamente produtivo
para ser cultivado no Pará, diz Paulo Henrique Fernandes Santos, coordenador da área de pesquisa de cacau da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) de Altamira (PA). Ivan e Ivanilson, de 22 e 17 anos, já têm suas próprias lavouras em Medicilândia
 E, assim como aconteceu na Bahia no final do século XIX, o governo brasileiro doava terras para quem quisesse plantar cacau no Pará. Em meados da década de 1970, quem ganhasse um lote de 100 hectares e o desmatasse em, no máximo, um ano recebia outro do mesmo tamanho. Foi dessa maneira que, aos poucos, a região antes ocupada por exemplares nativos foi cedendo  espaço à cacauicultura. E hoje na terra roxa do Pará o cacau convive
harmoniosamente com espécies nativas.

A recomendação da Ceplac é que as lavouras sejam cultivadas junto com essências nativas, como mogno, ipê, cumaru, andiroba, jatobá, entre outras espécies da Amazônia, que serão usadas para o sombreamento permanente das lavouras.

Produção no Pará – Lucro reinvestido.
“A colheita no Pará pode ser realizada durante o ano inteiro”

Na região de Altamira, maior polo de produção do Estado  que contempla os municípios de Altamira, Vitória do Xingu, Medicilândia e Brasil Novo , existem cerca de 40.000 hectares cultivados com cacau, que devem render neste ano uma safra de 53.000 toneladas.

No Pará, a área destinada ao cultivo cresce todo ano. Temos nesta safra uma demanda de 20 milhões de sementes, mas nossa capacidade de produção é de apenas 14 milhões de unidades, diz  Santos. Segundo projeções da Ceplac, 16.000 novos hectares devem ser incorporados ao cultivo no Estado. A produção de 2012 está estimada em 85.000 toneladas, alta de 30,7% em relação à safra de 2011.

Resultado do esforço conjunto dos agricultores, que têm por hábito investir na expansão das lavouras quase todo o lucro que a cultura lhes proporciona. A produtora Gabriela Soares, hoje com 78 anos, chegou ao Pará em 1980 e começou a plantar cacau em 1982. Atualmente, mantêm 42 mil pés produzindo e está fazendo um trabalho com os técnicos da Ceplac para melhorar a qualidade e a produtividade, em torno de 1 quilo por hectare. Plantei 6 mil novos pés em janeiro de 2010 e vou plantar mais 3 mil pés neste ano, conta Gabriela, que divide a colheita com os sete meeiros que trabalham em sua propriedade. Acho justo eu ganhar e eles também, diz.


Cacau Orgânico

No Pará, as cotações se situam entre R$ 4,70 e R$ 6 por quilo, menores que as do ano passado, mas remuneradoras.
Para a agricultora Maria Concebida Maciel Tabosa, que planta cacau orgânico, os preços estão acima de R$ 6 por quilo de produto certificado. Vendemos parte de nossa produção para a Natura, exportamos um pouco para a Suíça e o restante vendemos no mercado interno, diz Maria, que chegou ao Pará em 1974 e hoje mantém 350 hectares de terras na região, dos quais cultiva 80 hectares com cacau orgânico. Seus oito filhos é que tomam conta das lavouras. Neste ano, plantamos mais 2.500 pés. O plano é continuar investindo em terras e lavouras, diz a agricultora de 63 anos, que mantém 19 meeiros em sua propriedade. Nas barcaças, o cacau seca antes de ser transportado.